Zerei Fire Emblem: Path of Radiance.
A parte mais forte do jogo é a história. É bem política e histórica, mas de uma forma bem interessante, que não se vê muito em jogos assim. Nem tudo é o que parece, como o massacre de Serenes, e tudo vai se ligando aos poucos, até que a realidade se torne aparente. Isso não só dá coesão à história, como também dá a ela um grau maior de profundidade, que se aproxima da realidade.
Além disso, Path of Radiance quebra com o padrão da série de vilão cultista que quer ressuscitar a deusa por razões de culto, e todos os vilões são humanos com motivações estabelecidas e distintamente humanas. Sacred Stones, seu predecessor, brincou um pouco com isso, com o Lyon e seus generais, mas esse jogo vai com força total nessa direção, e é bem refrescante ter isso para variar.
O cast, também, é bem desenvolvido e variado. A maior parte deles tem um posicionamento forte em relação à política do jogo, possuindo fortes preconceitos ou lutando contra esses preconceitos, além de terem outros pontos fracos e fortes. Eles brincam bastante com esses conceitos, abordando várias perspectivas sobre o assunto, com desenvolvimentos e resultados diferentes. Meus favoritos, nesse quesito, são a Jill e o Soren.
O único problema, na minha opinião, é o Ike, que é meio sem sal. Mesmo sendo criado nesse contexto, ele não tem nenhum posicionamento forte ou interessante sobre o assunto, e ainda por cima parece que nunca ouviu falar de um laguz ou dessa situação toda na vida dele, e apenas vai descobrindo as coisas com o passar do tempo. Para um mundo tão bem vivido quanto Tellius, poderiam ter feito algo mais interessante com ele, mas seu foco acaba sendo mais sua jornada de assumir a companhia do Greil e derrotar o Black Knight. Essa jornada é bem básica, levando todo o resto do jogo em consideração, mas serve bem como motivador.
Com tudo isso fora do caminho, sobra o gameplay.
Agora, o gameplay tem seus altos e baixos. Gostei das mecânicas introduzidas, como a base, BEXP, skills e etc. No grosso do gameplay, o jogo é bem fraquinho. Os mapas não são abismais ou algo do tipo, mas o jogo é bem fácil e nunca realmente puxa algo especialmente inovador e desafiador, e a maior parte deles não tem objetivos opcionais que você pode buscar para ganhar bônus e coisas interessante, sendo bem
straightforward. Então, o jogo acaba ficando fácil demais.
Outro problema é o Ike, de novo. Ele é OP para caralho e no final do jogo consegue matar tudo em um ou dois hits, desviar de quase tudo e se recuperar de qualquer dano com Aether (ou pode dar Resolve e Wrath pra ele, e aí ele começa a invariavelmente one-shottar tudo). No último mapa, só precisei realmente do Ike, Tibarn e Nasir, todo o resto servindo só de quebra-galho, e a batalha final foi bem underwhelming, para o padrão da série, sem nenhum evento grandioso ou super boss (a não ser que jogue no Hard Mode, que não farei nem fodendo).
No geral, Path of Radiance é um dos Fire Emblem mais interessantes da franquia. Apesar do gameplay não ser nada de especial para o padrão da série, definitivamente vale a pena acompanhar essa jornada por uma das histórias mais bem realizadas que já vi em um jogo.
depois de tanto tempo jogando esse jogo, nem sei mais o que jogo
