Primeiro só clarificando uma aparente pequena confusão de alguns, sobre sistemas de batalha. Action RPG e batalha em tempo real são coisas diferentes. Um Action RPG sempre é em tempo real, mas o contrário nem sempre é verdadeiro, ou seja, nem todo jogo que tem batalha em tempo real é action.
Action RPG é um RPG cuja batalha é igual aos combates em jogos de ação essencialmente. Apertar um botão para que uma ação ou ataque do personagem em controle seja realizada simultaneamente, evitar o hit Box dos ataques do inimigo, ou se defender, e acertar o hit Box dos teus ataques físicos e magias. O desafio é físico, ou seja, o que esta sendo desafiado primordialmente, é a pericia e conhecimento do jogador com os controles, e o nível de reflexos e reação a para o que esta acontecendo na tela.
Em contrapartida, uma batalha em tempo real, é simplesmente, uma batalha que não precisa de telas de transição, tudo acontece continuamente, e que alguns comandos terão também resultados instantâneos ao invés de, em um turno o comando é dado, e no outro se assisti o resultado. Há jogos que possuem batalhas em tempo real, com estrutura tal, que preserva a sensação e foco dos RPG’s de batalha em turno e descarta características de action, ou seja não usa hit Box nem as outras características já mencionadas, e os clássicos status de accuracy e agility determinam se os golpes serão acertados ou não. O foco nesses jogos continua sendo o desafio mental, ou seja, o uso de estratégias e otimização de números.
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Agora sobre o Pokémon para switch, é evidente que este é um projeto com potencial enorme, agora a questão é se a Gamefreak irá responder a altura ou não. Acontece que, bem, a gamefreak é, na falta de um termo mais preciso, preguiçosa.
Veja, tempos atrás, eles criaram uma fórmula interessante para um jogo. Deu certo, não havia muitos concorrentes, era facilmente comercializável, fácil de fazer propaganda, em não muito tempo deu para fazer anime, mangas, card games, brinquedos e colecionáveis mil, etc. A mina de dinheiro estava consolidada. E ficaram acomodados com isso essencialmente. Não se fez mais necessário muito investimento (em comparação com o que outros desenvolvedores fazem), o nome da franquia e aquela estrutura inicial já tinha momento o suficiente. É uma situação curiosa a que eles se encontram. Enquanto hoje, muitas empresas, muitos desenvolvedores, estão a fechar as portas, ou tendo que fazer DLC’s ou microtransações, para sustentar os custos e esforços cada vez maiores quando se trata especialmente de jogos single player (aqui no fórum mesmo tinham postado um artigo com uma declaração da Bethesda), visto que a barra, as expectativas, estão muito altas. E então temos a gamefreak, basta lançar jogos, muita vezes despretensiosos, e até defasados em relação a sua plataforma, e vendas demasiadamente altas estão (e estarão) garantidas (pra duas versões com diferenças mínimas ainda). E ai vem um remake, tem quase sempre remake entre gerações (curiosamente ela consegue se safar com tantos remakes também) e depois uma versão final. Lembro o quanto eu achava isso absurdo antes de entrar na franquia. Como assim em 2 anos lançam uma versão um tanto mais completa, sendo que ainda tinham já metido duas versões simultâneas antes?. E com o tempo fiquei “cego” para isso também, não serei hipócrita de negar. E lá ia gastar mais dinheiro com um jogo feito, 70 a 80% em cima do título anterior. Trabalho mínimo para gamefreak comparada a outras desenvolvedoras. E consegue vender a mesma coisa, se não mais com os dois títulos originais.
E basicamente graças a isso, a gamefreak tem avançado em seus jogos em passos de tartaruga em geral, com alguns poucos espasmos de esforço. Não nego que há mudanças e inovações e avanço, mas é, veja bem, pouco frente ao que poderia e deveria ser, muito pouco.
Então, o que DEVERIA ser o Pokémon switch. Um jogo extremamente ambicioso. Nada o impede agora, não há mais desculpas. Há hardware de sobra tecnicamente. Há dinheiro pra isso, a gamefreak tem ganhado muito a custa de pouco esforço, esta na hora de fazer o devido investimento pesado, passou da hora na verdade. Um jogo extenso, mundo enorme, com grande horizontalidade e verticalidade. Também com alto nível de interação e muito para se explorar e descobrir. E sem loadings, nem entre rotas ou entre cidades e mesmo entre interiores de cavernas e casas. Se adequado pra proposta do jogo, explorável até em todas suas coordenadas X,Y,Z (fly). NPC’s realmente úteis. Cidades que sejam interessantes de revisitar, com coisas realmente legais de se fazer, e não apenas a fatídica sequencia de batalhas , mascarada por qualquer firula. Variedade de atividades no jogo.
Multiplayer local bem desenvolvido, todos os modos de batalha da franquia e novos, todos disponíveis, e com recompensas no in-game, para incentivar a pratica do multiplayer. O mesmo para as trocas e para o Online. Online completo, batalha 3x3, 6x6, tudo que tiver direito, com e sem rank, sempre com recompensas também para o in-game. Chat com os amigos (mesmo fora das batalhas).
Trilha sonora exímia. Contratem grupos sinfônicos e profissionais se necessário, tem dinheiro. E podem jogar os grunidos atari dos Pokémon no inferno. Façam grunidos adequados a cada espécie (levando em consideração até questões anatômico-fisiológicas, dentro do possível), e é claro, som de qualidade.
Qualidade gráfica e artística ao nível dos melhores jogos da plataforma. Animação dos monstros no nível do Pokkén pra cima para os 800+ Pokémon. Todos os golpes animados com atenção, tendo contato físico quando apropriado.
Enredo no mínimo no nível do Black & White.
Vai ser o primeiro jogo extenso da franquia num console de “mesa”? contratem mais gente especializada, tem dinheiro. Ambição gamefreak.
O que Pokémon switch deveria ser,é um jogo verdadeiramente a altura da fama que a franquia têm (algo que praticamente nenhum jogo deles ainda fez), e a altura das melhores franquias da Nintendo. É arregaçar as mangas e suar, fazer trabalho sério de verdade, já deu de se acomodar.
E por isso Pokémon Switch é interessante para min, vai ser o vai ou racha, porque para min, se mandarem o passo de tartaruga de novo eu estou fora, não tenho mais a intenção de ficar financiando a passividade da companhia.